Ano após ano, o restaurante Fialho, em Évora, tem vindo a figurar no guia “Boa Cama, Boa Mesa”, do jornal Expresso. Esta publicação elege, anualmente, os melhores restaurantes e alojamentos nacionais, tendo a cerimónia de entrega de prémios de 2015 decorrido dia 31 de Março, em Lisboa.
Marina Pardal
09 Abril 2015 | Fuente: Redação D.S.
Esta é a 12.ª vez consecutiva que o restaurante Fialho é premiado com o Garfo de Ouro, o que significa que é distinguido desde que o guia foi criado. No entanto, este ano a distinção tem um significado especial pelo facto deste restaurante estar a comemorar sete décadas de existência.
Para Rui Fialho, gerente deste restaurante eborense, “este prémio é um reconhecimento público do nosso trabalho, daquilo que nós conseguimos fazer para os clientes, quer em termos de cozinha, quer de serviços”.
Assegura ainda que “damos muita atenção à excelência dos pratos, mas também à excelência do serviço e só com estas duas componentes é que se consegue de facto oferecer um pacote completo”, reforçando que “é preciso haver esta sintonia, a qual procuramos manter sempre”.
Em relação ao impacto que este prémio tem ao nível da procura por parte dos clientes, o mesmo responsável refere que “não noto que nestas alturas da distinção existam grandes surtos de clientes que venham atrás do Garfo de Ouro”, recordando que “coincide sempre com a altura da Páscoa, que é habitualmente para nós um período de grande movimento, e como tal não conseguimos filtrar a razão porque nos visitam”.
Rui Fialho destaca que “temos muitos clientes fiéis à casa, mas também muitos clientes que vêm de passagem”, adiantando que “a nível de turismo internacional, somos muito procurados pelos brasileiros”.
Evidencia também que “o Fialho é um restaurante com uma linha gastronómica muito peculiar, que assenta em defender o receituário tradicional alentejano”, lembrando que “o Alentejo oferece-nos matérias-primas muito boas, pois com coisas simples, consegue-se criar um «manjar de príncipes»”.
O gerente deste espaço exemplifica com “as ervas aromáticas, o bom azeite, o pão, ou seja, no fundo é a dieta mediterrânica, que é altamente benéfica ao nível da saúde”.
Sublinha ainda que “esses pratos podem ser servidos numa tábua ou num prato mais sofisticado e quando falamos em inovar é a este nível, mas sem adulterar a receita”.
No entanto, o mesmo responsável garante que, “às vezes, fazemos algumas experiências novas com os nossos clientes habituais, para testar outros pratos, até porque para esses clientes temos mesmo a necessidade de criar uma ementa diferente, já que eles vêm ao Fialho porque gostam da casa, mas também porque comem aqui bem e coisas diferentes”.
Apesar desta capacidade de adaptação, o restaurante Fialho é procurado pelos “pratos emblemáticos” que se encontram na sua carta. Segundo Rui Filaho, “os clientes que vêm passear a Évora e vêm ao Fialho têm a referência do cação de coentrada, carne de porco à alentejana, ensopado de borrego ou perdiz à Fialho, por exemplo”.
As entradas são também uma das apostas deste restaurante que apresenta iguarias como grão com bacalhau, favinhas com enchidos ou pastéis de massa tenra.
Para o final das refeições há ainda destacar as sobremesas conventuais, como é o caso do fidalgo, pão de rala, tecolameco, queijadas de requeijão, sericaia com ameixas de Elvas, torrão real ou encharcada. O gerente frisa que “também temos doces mais ligeiros, como a tarte fria de chocolate praliné de avelã, uma receita que tem um segredo enorme, ou o bolo de chocolate com gelado”.
Com uma equipa que ronda as 18 pessoas, o restaurante Fialho tem precisamente nessa área uma das suas mais-valias. “Nesta equipa existe muita sinergia, um dos segredos do Fialho é as pessoas saberem articular as coisas entre elas”, garante o mesmo responsável.
O restaurante Fialho caracteriza-se por ser “um projecto de família” e , actualmente, já conta com o empenho da terceira geração. De acordo com Rui Fialho, “este espaço foi criado pelos nossos avós, passou para os nossos pais e agora também eu e a minha prima estamos envolvidos neste projecto comum, sempre com o objectivo de defender a qualidade”.